Hammond e Spyro Gyra encerram a Costazul
Tradicionalismo, blues e 'pop' fecharam a programação do palco Costazul, o p
rincipal do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival. The Bad Plus, John Hammond Quartet e Spyro Gyra foram as atrações deste sábado e bateram um bolão.
Antes, Coco Montoya cumpriu a promessa e mudou bastante seu setlist para a apresentação que fez no palco da Praia da Tartaruga. Com um show mais longo, Montoya trocou praticamente todo o repertório, dando mais espaço para seus músicos, em um show que pareceu menos animado do que o da noite anterior, mas que agradou muito ao público que ainda foi brindado com um belo fim de tarde.
Improvisação e Pink Floyd
A noite do palco principal do festival começou com o jazz cheio de improvisação e
covers de canções de rock (U2 e Pink Floyd, por exemplo) do The Bad Plus, que esteve acompanhado fa cantora Wendy Lewis.
Famoso pelas covers e pelo uso (algumas vezes exagerado) de acordes dissonantes, Reid Anderson (baixo), David King (bateria) Ethan Iverson (piano) fizeram uma apresentação que capturou a atenção da platéia – hora pela sonoridade pouco usual de alguns temas, hora pelos arranjos de canções conhecidas como Comfortably Numb e New Year's Day.
O clima (bem menos frio que na noite anterior e sem chuva) ajudou o grupo, que elevou os decibéis do jazz tocado durante o festival. O grupo - que já foi rotulado de punk jazz – alternou números instrumentais com outros onde o vocal de Wendy Lewis se destacava. No fim, opiniões divididas sobre o que funcionou melhor, mas a certeza de que foi um bom início de noite.
Um Robert Johnson branco
Pela primeira vez no país com uma banda, John Hammond acrescentou ao seu
violão/dobro e gaita o baixo de Marty Ballou, a bateria de Neil Gouvin e os teclados de Bruce Katz, dando mais cores ao seu blues tradicional.
Hammond levou para Rio das Ostras um verdadeiro mosaico dos seus 40 anos de carreira, onde já tocou com nomes como Muddy Waters, Willie Dixon e John Lee Hooker, além de ter sido um dos responsáveis pelo descobrimento de Jimmy Hendrix. Seu show é baseado em canções onde a influência de Robert Johnson é inegável e proposital, embora faça uma careta sempre que tentam rotulá-lo como um Robert Johnson branco.
A habilidade com o violão e o dobro (violão com corpo de metal) e o entrosamento com a ótima banda, foram os pontos altos de uma apresentação que, assim como a do Bad Plus, pareceu hipnotizar a platéia. Com certeza o mais puro representante do blues – entre as atrações internacionais - da edição 2009 do festival.
Spyro Gyra: os pop stars do jazz
Com vários Grammys e milhões de discos vendidos na bagagem, o Spyro Gyra e seu pop jazz foram os escolhidos para encerrar a programação do palco principal da 7ª edição do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival.
Scott Ambush (baixo), Jay Beckenstein (saxofone), Julio Fernandez (guitarra e vocais), Tom Schuman (piano) e Bonny B. (bateria, percussão e vocais) mostraram que ainda tem muita lenha para queimar e que sabem dominar uma platéia que já tinha experimentado todo o tipo de tendência musical nos dias anteriores.
Com sua mistura de ritmos – que inclui soul, ritmos caribenhos e jazz, claro – o grupo recebeu uma das mais calorosas recepções do evento em praticamente todos os números apresentados. Não houve um momento sequer no qual a platéia ficasse parada ou parecesse fazer força para gostar do que estava ouvindo. Mesmo ainda tendo que se apresentar na Praia da Tartaruga no dia seguinte, o Spyro Gyra não procurou se poupar em nenhum momento.
Uma bela maneira de encerrar uma das melhores edições do festival nos últimos anos, mesmo com toda a crise econômica, que poderia ameaçar a qualidade e até mesmo a realização do evento.
Que venha 2010!