O segundo dia da sétima edição do Rio das Ostras Jazz & Blues Festival começou com ameaça de chuva, que só se concretizou durante a noite, deixando as apresentações de Ari Borger (palco da Lagoa do Iriry) e do grupo novaiorquino Rudder (Praia da Tartaruga) correrem (quase) sem transtornos.
Rudder distorcido
Tocando provavelmente para a sua maior platéia até hoje, os integrantes do grupo, que faz uma mistura de jazz, pop e fusion e, segundo a produção do evento, tem um som que cruza as fronteiras entre estilos e sonoridades, parece ter exagerado no volume. Com isso, grande parte do público que lotou a Praia da Tartaruga ficou na dúvida se aquele era mesmo o som do grupo ou se havia algo errado, principalmente em alguns timbres do teclado de Henry Hey. Seria assim mesmo na cena alternativa de NY?
O quarteto – também composto por Chris Cheek (saxofones), Tim Lefebvre (baixo) e Shawn Pelton (bateria) – por horas parecia uma espécie de Emerson, Lake and Palmer semi pop, usando efeitos como wah-wah no sax e cheios de empolgação. Tanta empolgação que chegaram a pedir para que todos dançassem durante o solo de bateria (?!).
Ficou a expectativa para a apresentação no palco principal, na sexta-feira.
Noite com chuva e Pipoquinha
Os trabalhos no palco da Costazul foram abertos pelo gaitista Jefferson Gonçalves e sua banda, apresentando sua mistura de blues, forró, baião, xaxado e xote, apresentados em seu último CD – Ar Puro (2008), além do repertório tradicional de blues.
Como atração especial foi convidado o baixista Michael Lima,, de 13 anos, conhecido como Pipoquinha, que depois do Domingão do Faustão se tornou uma das grandes atrações do festival e ajudou Jefferson a esquentar a platéia.
Depois de Jefferson, subiu ao palco o Pau Brasil, quinteto formado em 1979 e que ganhou respeito na cena instrumental brasileira. O grupo, que foi o primeiro grande prejudicado pela chuva, fez a apresentação mais brasileira, com vários temas da MPB relidos de maneira muito original.
Infelizmente, cada pancada de chuva afugentava parte do público, que corria a procura de abrigo. E as pancadas foram muitas e fortes.
Senhor simpatia
Para fechar a noite, uma das atrações mais esperadas: Jason Miles e seu tributo a Miles Davis. O show In the Spirit of Miles Davis segue a linha do CD Miles to Miles, que procura imaginar em qual direção a música do trompetista estaria seguindo, caso ele ainda estivesse vivo.
Miles se mostrou a figura mais simpática do festival, parando para fotos e (longas) conversas com todos. No palco esteve sempre comunicativo, usando até mesmo uma intérprete e pedindo a participação de todos. Até mesmo apresentou seu baterista (Brian Dunne) como Ronaldo, já que o músico vestia uma camisa da seleção brasileira.
Com temas longos e hipnóticos, lembrando em muitos momentos a sonoridade do funk americano, Miles e sua banda - Jerry Brooks (baixo), Brian Dunne (bateria), DJ Logic e Michael ”Patches” Stewart (trompete) – não mereciam o dilúvio que atingiu a cidade e fez com que sua apresentação fosse encurtada. Uma das melhores apresentações da programação.
Sexta é dia de dançar com Coco Montoya e a Big Time Orchestra.
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